COMISSÃO INTERSETORIAL SELO UNICEF 2013/2016

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sábado, 19 de março de 2016

Zika na gravidez causa microcefalia em 1% dos casos

As constantes notícias relacionando o vírus zika na gravidez a casos de microcefalia deixam tanto as gestantes quanto a população em alerta. Porém, um estudo publicado na última terça-feira (15), na revista inglesa Lancet, pode começar a dar outros contornos a esse assunto.
Ao analisar o surto do vírus na Polinésia Francesa, entre 2013 e 2014, os cientistas constataram que apenas 95 a cada 10 mil mulheres infectadas no primeiro trimestre da gestação teriam um bebê com microcefalia. Arredondado esses cálculos, o número fica na casa de 1%.
Outras malformações sabidamente associadas ao vírus, como calcificações e degeneração ocular, não foram consideradas na análise. Além disso, os autores não levaram em conta, como um agravante para a chance de desenvolver a síndrome, a presença de vermelhidão na pele e de outros sintomas. Essa associação foi realizada por estudos anteriores.
Casos brasileiros ainda são temerários
Apesar de representar uma notícia que, de certa forma, tranquiliza a população, o estudo tem suas limitações. Importar os resultados colhidos em um arquipélago de 270 mil habitantes para um país de dimensões continentais, com uma população de mais de 200 milhões de pessoas, é impreciso.
Outro ponto que merece cautela na interpretação desses dados diz respeito à chamada taxa de ataque, razão entre infectados e população exposta ao vírus. Enquanto na Polinésia esse número ficou em 66%, no Brasil estima-se que seja 10%. No entanto, sabe-se que esse valor poder variar em locais e circunstâncias distintas.
Mesmo com essas ressalvas, o estudo pode, sim, servir como um ponto de partida para se entender um pouco mais da relação entre zika na gravidez e microcefalia, conforme lembrou o principal autor da pesquisa, Simon Cauchemez, do Instituto Pasteur, na França.
Enquanto novas pesquisas são realizadas, o Ministério da Saúde segue investigando casos de microcefalia no país. De acordo com o último informe, divulgado na última quarta-feira (16), 2.212 ocorrências foram examinadas e classificadas, sendo 1.349 descartadas e 863 casos confirmados para a síndrome e para outras alterações do sistema nervoso, sugestivas de infecção congênita.
Ao todo, 6.480 casos suspeitos de microcefalia foram notificados desde o início das investigações, no dia 22 de outubro do ano passado, e registrados até 12 de março. Os índices são contados de domingo a sábado, seguindo a Convenção Internacional para Distribuição dos Dados Epidemiológicos por Semana Epidemiológica, aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esse número total reúne tanto as notificações que preenchiam as definições dos protocolos anteriores quanto às com os novos parâmetros, adotados desde o dia 9 de março. Para identificar casos suspeitos de bebês com microcefalia, definiu-se o  perímetro cefálico igual ou inferior a 31,9 cm para meninos e igual ou inferior a 31,5 cm para meninas.
Terra
C/ Nova Cruz Oficial

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