COMISSÃO INTERSETORIAL SELO UNICEF 2013/2016

COMISSÃO INTERSETORIAL SELO UNICEF 2013/2016

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

SELO UNICEF: O que mudou nos municípios

O objetivo do Selo UNICEF Município Aprovado é contribuir para o fortalecimento da gestão municipal no cumprimento do seu papel constitucional, alcançando resultados por meio de políticas púbicas efetivas para promover a proteção integral da população de até 17 anos. Os 308 municípios do Semiárido Brasileiro recebem o Selo UNICEF Município Aprovado - Edição 2013-2016, cumprindo todas as etapas necessárias da iniciativa, comprovando avanços na redução das desigualdades sociais e na garantia dos direitos dos meninos e meninas. Eles representam 27,5% dos municípios inscritos.
Em comum, estes municípios incluíram a infância e adolescência entre as prioridades das políticas públicas municipais e entenderam a importância das ações integradas para se alcançar resultados. Porque foi a partir de esforços conjuntos entre as áreas de saúde, educação, proteção e assistência das gestões municipais e estaduais e participação da sociedade civil, que estes municípios conseguiram realizar pelo menos 70% das ações estimuladas pelo Selo UNICEF.
Os maiores beneficiados pelos resultados do Selo UNICEF não são apenas as crianças e adolescentes dos municípios certificados. São também todas aquelas dos 658 municípios que participaram durante todo o período e foram avaliados pelo UNICEF. Os resultados nestes municípios podem ser divididos em cinco grupos:
Gestão por resultados e intersetorialidade – Entre os municípios avaliados no Semiárido, 607 realizaram os dois fóruns comunitários (diagnóstico e de devolutiva das ações implementadas) com a participação da população e planejamentos intersetoriais. Ao mesmo tempo, eles fortaleceram a capacidade de registro e monitoramento de suas ações e resultados. Outro exemplo foi o uso expressivo da plataforma virtual Crescendo Juntos, lançada nesta edição do Selo UNICEF, que permitiu compartilhar experiências e dúvidas com os outros municípios, comprovar as ações realizadas e, mais importante, permitirá uma continuidade de monitoramento pelas próximas gestões. Em cada estado, o Selo também dependeu do papel essencial de organizações da sociedade civil, parceiros técnicos da iniciativa. Em cada município, por sua vez, os resultados só foram alcançados com o compromisso e o engajamento das gestões municipais, representadas pelos seus técnicos e gestores, e dos conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente.
Primeira infância – A Semana do Bebê foi um sucesso nesta edição do Selo UNICEF, realizada pelo menos uma vez durante o período por 523 municípios – sendo que 484 incluíram o evento no calendário municipal oficial. O Plano Municipal pela Primeira Infância foi desenvolvido de forma integral por 331 municípios, ao mesmo tempo em que 383 implementaram ações de atenção ao pré-natal. Essas ações ajudaram, por exemplo, a melhorar o percentual de mulheres com sete ou mais consultas pré-natal entre os 658 municípios avaliados, que passou de 58,1% em 2011 para 66,6% em 2014 (no mesmo período, a média nacional passou de 61,3% para 64,6%). Esse trabalho contribuiu também para reduzir a mortalidade infantil na região: enquanto no Brasil a redução foi de 5,2% entre 2011 e 2014, nos municípios avaliados esse avanço chegou a 7,3% e entre os municípios certificados atingiu 8,3%.
Educação – Saber quem são e onde vivem as crianças que estão fora da escola é um passo fundamental para enfrentar a exclusão escolar. Para isso, em 395 municípios avaliados essas crianças foram mapeadas. Ter deficiência também é um obstáculo à educação no Semiárido, mas 427 municípios realizaram busca ativa para atualizar suas taxas de crianças com necessidades educacionais especiais, outro passo importante para garantir seu acesso à escola. Já a taxa de abandono do ensino fundamental caiu de 3,2 para 2,1 entre 2012 e 2015 – uma melhoria de 33,8%, enquanto o Brasil melhorou 26% (de 2,4 para 1,7 no mesmo período). As condições sanitárias de 2.710 escolas melhoraram em 316 municípios ondem estudam cerca de 500 mil crianças.
Proteção integral – Peças fundamentais para garantir a proteção de meninos e meninas, os Conselhos Tutelares avaliados apresentaram os padrões mínimos de funcionamento – de acordo com o que recomenda o ECA – em 638 municípios. Num contexto em que situações de trabalho infantil são percebidas como algo aceitável e casos de violência sexual são frequentemente tolerados, os 346 municípios que realizaram ações de prevenção ao trabalho de crianças e adolescentes e os 158 que implementaram algum programa para prevenção e acolhimento de meninos e meninas vítimas de violência doméstica e sexual merecem destaque.
Participação social – Para que os municípios que participam do Selo UNICEF possam direcionar esforços para as áreas da infância e adolescência que mais precisam de atenção, saber ouvir os adolescentes é imperativo. São eles que viveram os desafios atuais da infância e podem apontar com precisão o que funciona e o que precisa melhorar com mais urgência. Os Núcleos de Cidadania dos Adolescentes (NUCAs) foram um sucesso nesta edição. Mais de 11.500 meninos e meninas de 525 municípios se mobilizaram e participaram regularmente de atividades ligadas ao Selo UNICEF. Os NUCAs tiveram papel decisivo para realização da campanha do UNICEF Por Uma Infância sem Racismo, que aconteceu em 389 municípios. E participaram de mutirões de combate ao mosquito Aedes aegypti em 516 municípios.
O UNICEF parabeniza todos os 658 municípios que participaram do Selo UNICEF Município Aprovado – Edição 2013-2016 e, em especial, os 308 que conseguiram avançar ainda mais nos direitos das crianças e adolescentes.
Mas ainda há muito o que fazer. E, por isso, em 2017 um novo ciclo terá início. Até lá.

LISTA DOS 49 MUNICÍPIO DO RN QUE SERÃO CERTIFICADOS pelo Selo UNICEF Município Aprovado - Edição 2013-2016

Foram quatro anos de muito trabalho para garantir o direito a saúde, educação, proteção e participação social às crianças e adolescentes de centenas de municípios do Semiárido brasileiro. Foram 1.502 municípios convidados em 2013, dos quais 1.134 se inscreveram e 658 seguiram na iniciativa até 2016. E agora 308 municípios de 10 Estados são certificados com o Selo UNICEF Município Aprovado, um reconhecimento internacional aos municípios que mais avançaram na direção da direção da redução das desigualdades sociais e garantia dos direitos dos nossos meninos e meninas.

Acari – RN
Afonso Bezerra – RN
Alto do Rodrigues - RN
Antônio Martins – RN
Apodi – RN
Baía Formosa – RN
Bento Fernandes – RN
Brejinho – RN
Cerro Corá – RN
Coronel João Pessoa – RN
Currais Novos – RN
Doutor Severiano – RN
Parnamirim – RN
Extremoz – RN
Florânia – RN
Guamaré – RN
Ipueira – RN
Itaú – RN
Janduís – RN
Jucurutu – RN
Lajes – RN
Lucrécia – RN
Macaíba – RN
Major Sales – RN
Martins – RN
Messias Targino – RN
Nova Cruz – RN
Olho-d'Água do Borges – RN
Ouro Branco – RN
Parazinho – RN
Parelhas - RN
Rio do Fogo – RN
Passa e Fica – RN
Pau dos Ferros – RN
Portalegre – RN
Serra Caiada – RN
Riacho da Cruz – RN
Rodolfo Fernandes – RN
Santa Cruz – RN
Santana do Seridó – RN
São João do Sabugi – RN
São Paulo do Potengi – RN
São Tomé – RN
Severiano Melo – RN
Tenente Laurentino Cruz – RN
Timbaúba dos Batistas – RN
Venha-Ver – RN
Vera Cruz – RN
Viçosa – RN

Veja por Estados:

Alagoas: 10 Municípios
Bahia: 28 Municípios
Ceará: 82 Municípios
Espírito Santo: 08 Municípios
Minas Gerais: 16 Municípios
Paraíba: 32 Municípios
Pernambuco: 35 Municípios
Piauí: 40 Municípios
Rio Grande do Norte: 49 Município

Fonte: SELO UNICEF - Edição 2013/2016

terça-feira, 29 de novembro de 2016

A NOVA FRONTEIRA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

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(Evan Kafka/Getty Images/Getty Images/Getty Images/Getty Images)

São Paulo – Paulo Chaves estava preocupado naquele 16 de julho de 2015. Sem trabalho já havia seis meses, ele tinha ouvido rumores de crianças raptadas por gente que entrava nas casas fingindo fazer uma pesquisa com os pequenos. Por isso ficou desconfiado quando soube que a agente Cláudia Sabará havia estado em sua casa dizendo que gostaria de brincar com seu filho Miguel, de 1 ano e 5 meses.
Também moradora de Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo, com mais de 50.000 habitantes, dos quais cerca de 4.000 com até 3 anos de idade, Cláudia havia entrado para um time da Universidade de São Paulo responsável por uma pesquisa. O objetivo era medir em crianças de 1 a 3 anos de idade o impacto de visitas quinzenais nas quais agentes como Cláudia iriam incentivar, por cerca de 12 meses, a interação entre os bebês e os adultos responsáveis por seu cuidado. Um teste feito no começo para medir o estágio de desenvolvimento da criança seria comparado com outro ao final.
Vestindo um jaleco branco e com um saco de brinquedos à mão, Cláudia sentou no sofá da sala na casa de Paulo para esclarecer as dúvidas. Repetiu o que já havia dito à mãe da criança. Falou sobre o projeto realizado em comunidades carentes da zona oeste de São Paulo, explicou que os brinquedos eram feitos de material reciclável e disse que a meta de tudo aquilo era melhorar o desenvolvimento de seu filho. Foi nesse ponto que Paulo perguntou: “É possível obter algum sucesso morando num bairro como o nosso?”
A pergunta sobre o futuro do filho tinha como pano de fundo sua história. Morador de Paraisópolis desde que chegou do Pará, em 1996, Paulo diz que tentou se aprimorar. Fez vários cursos — de primeiros socorros, procedimentos operacionais, manutenção de microcomputadores… — e montou no piso acima da sala uma biblioteca com livros que foi achando na rua e ganhando de amigos. Apesar dos esforços, sente que nunca conseguiu voar alto. Começou a trabalhar entregando marmitex, foi faxineiro e, quando chegou ao ápice como auxiliar de almoxarifado, foi demitido.
De julho de 2015 a maio de 2016, EXAME acompanhou mensalmente as visitas de Cláudia a três crianças da comunidade. Ouvimos ao longo desses meses cerca de 40 especialistas em primeira infância. A cientistas, economistas, políticos e pesquisadores, fizemos o mesmo questionamento: as visitas domiciliares podem mesmo ajudar crianças de bairros pobres a ter sucesso na vida? A resposta a essa questão interessa a todos os brasileiros: de pais e mães a empresários preocupados com a qualidade da mão de obra.
Com o lançamento, no começo de outubro, do Criança Feliz, o questionamento ganhou uma dimensão maior. O programa de visitação do governo federal tem como meta atingir, ao longo dos próximos anos, cerca de 4 milhões de crianças do Bolsa Família de zero a 3 anos de idade. O governo não vai contratar profissionais de ensino para atender as crianças. Serão agentes como Cláudia que cuidarão do que está sendo considerado pela ciência a nova fronteira da educação.
Não se trata de educação no sentido escolar — os pequeninos vão, apenas, brincar. Mas esse período dos três primeiros anos de vida é hoje visto como a base da formação do capital humano. Quanto mais pesquisadores de diferentes áreas tentam entender como desenvolvemos as habilidades necessárias para uma vida adulta bem-sucedida, mais eles focam o período da primeira infância. Pode parecer paradoxal: algumas das maiores lições da vida nossos filhos aprendem em casa, quando mal sabem falar.
A resposta da ciência
Ao ouvir a pergunta do pai de Paraisópolis, Jack Shonkoff, professor de medicina e diretor do Centro de Desenvolvimento Infantil da Universidade Harvard, disse que andava pensando muito sobre aquele assunto. Em sua sala localizada a poucas quadras do campus de Harvard, e onde mal cabem uma mesa, duas cadeiras e uma pequena estante de livros, Shonkoff disse que um bom programa voltado para o desenvolvimento infantil não é uma imunização contra a pobreza. “Mas um bom programa de visitação irá ajudá-las a desenvolver as habilidades necessárias para aproveitar as oportunidades, se elas surgirem”, afirmou.
Ele justificou sua resposta dizendo que há uma revolução em curso na medicina. Nas últimas duas décadas, progressos na área da neurociência têm revelado detalhes do funcionamento cerebral. O cérebro se desenvolve num processo contínuo. O período mais ativo, porém, acontece nos primeiros anos, quando de 700 a 1 000 novas conexões neurais são formadas por segundo. São esses bilhões de ligações que permitem a rápida comunicação entre as várias partes do cérebro, cada uma com uma função.
Uma região em particular, o córtex pré-frontal, chama a atenção. Ele é o responsável pelos processos mentais que nos permitem desenvolver habilidades como planejar, executar uma tarefa com atenção e memorizar uma informação para usá-la mais adiante — justamente as bases do aprendizado. Embora os cientistas já soubessem da importância do córtex pré-frontal há muito tempo, novas pesquisas permitiram que descobrissem os circuitos cerebrais responsáveis pelas habilidades.
Os cientistas costumam comparar esses processos mentais com uma torre de controle num grande aeroporto. Como um operador de tráfego aéreo, o cérebro precisa priorizar tarefas, evitar distrações e controlar impulsos. As crianças não nascem com essas habilidades — conhecidas como funções executivas. Elas nascem com a capacidade de aprendê-las. É nesse ponto que entram os adultos.
“Se as pessoas responsáveis por cuidar da criança não a estimulam desde o início, deixando que passe o dia inteiro na frente de uma tela de TV ou celular, ela provavelmente terá desvantagens quando entrar na escola, em comparação com uma que foi estimulada. Isso quer dizer mais trabalho para os professores no futuro”, diz Shonkoff.
Mas pode ser muito pior do que isso. Quando a criança é negligenciada ou maltratada, a comunicação entre o córtex pré-frontal e as outras regiões do cérebro é afetada e problemas de desenvolvimento e comportamento são registrados. Um dos casos mais extremos é o de crianças com estresse tóxico. Criadas num ambiente sem rotina, inseguro emocionalmente ou vítimas de violência, elas perdem a capacidade de lidar com frustrações.
As pessoas reagem de diferentes maneiras quando batem na porta de sua casa à tarde e de madrugada. O normal é que apenas o chamado fora de hora gere preocupação. Quem sofre de estresse tóxico, porém, sente que toda batida na porta equivale a acordar aos berros no meio da noite. Essas pessoas podem até aprender a se controlar. Mas é muito mais difícil.
A analogia aqui é com dois músicos. Um aprendeu a tocar desde pequeno e teve anos de prática. O outro só começou a aprender o instrumento quando já era grande e a base de sustentação de sua habilidade é mais fraca. “Os governos têm a obrigação de orientar famílias em situação vulnerável”, afirma Charles Nelson, professor de neurociência em Harvard que ficou mundialmente famoso com um estudo sobre crianças de orfanatos na Romênia.
Desassistidas, tiveram o desenvolvimento físico e mental totalmente afetados. As evidências acumuladas até agora por psicólogos, com suas observações, e por cientistas, com suas experiências, é de que a atenção é crucial para as crianças — e isso não vai mudar. Mas as pesquisas que têm revelado como o ambiente afeta a manifestação dos genes e o desenvolvimento do cérebro podem estar próximas de um novo salto.
Até recentemente, quem sofria de uma doença tinha à disposição um remédio. Hoje já existem medicamentos específicos para grupos de pessoas com determinadas características genéticas. “Não chegamos lá ainda. Mas é possível que um dia possamos fazer uma análise da carga genética de crianças em situações de risco e pensar em diferentes tipos de programas sociais para engajar os cuidadores”, diz Shonkoff.
A resposta econômica
James Heckman, professor emérito da Universidade de Chicago e ganhador do Nobel de Economia no ano 2000, é o principal nome da área em assuntos sobre primeira infância. Diante da pergunta sobre o futuro do pequeno Miguel, de Paraisópolis, ele diz: “Se programas sociais conseguirem melhorar a dinâmica da relação entre os pais e o filho, as chances de sucesso dessa criança aumentam bastante”. O trabalho de Heckman nas últimas décadas comprova que os primeiros anos de vida são cruciais para definir a produtividade dos trabalhadores no futuro.
No início da década de 60 nos Estados Unidos, educadores, profissionais da área da saúde e psicólogos aceleraram as pesquisas para entender os mecanismos que condenavam crianças à pobreza e — principalmente — o que precisava ser feito para revertê-los. Um desses estudos foi o da pré-escola Perry. De 1962 a 1967, 123 crianças de 3 e 4 anos, na maioria negras, de um bairro pobre de Ypsilanti, no estado de Michigan, tiveram, todas as semanas, 2 horas e meia de atividades numa creche e receberam visitas dos professores em casa.
Quando adultos, os ex-alunos da pré-escola Perry tinham uma série de vantagens na comparação com pessoas que não haviam feito parte do programa. Aos 27 anos, apenas 7% tinham sido presos cinco ou mais vezes, incidência baixa se comparada aos 35% de quem não frequentou a pré-escola. Aos 40 anos, os ex-alunos da Perry tinham empregos melhores e ganhavam mais.
Pelos cálculos de Heckman, a taxa de retorno de cada dólar investido nas crianças foi enorme — de quase 8% ao ano. Nessa conta entram tanto os ganhos com mão de obra mais produtiva quanto a economia contabilizada pelo governo com a diminuição de prisões.
Para os economistas, um grande dilema costuma acompanhar as discussões sobre capital humano. O poder público pode investir para aumentar a eficiência da economia ou foca suas energias para diminuir a desigualdade social. Um exemplo: ao dar uma vaga numa universidade pública de ponta para um aluno brilhante, o Estado gera mais eficiência. Quanto mais preparado esse futuro profissional, maior será a produtividade do país.
A questão é que essa política pode ter como subproduto a desigualdade. No caso de bebês, esse dilema desaparece. Nenhum se destacou ainda. “Na primeira infância, boas políticas públicas geram eficiência e, ao mesmo tempo, combatem a desigualdade”, diz o mineiro Rodrigo Pinto, professor de economia na Universidade da Califórnia, que já publicou mais de uma dúzia de trabalhos com Heckman desde a década passada.
Há outra questão. Programas de alfabetização de adultos costumam ter um custo alto. Quando atingem a meta, o que nem sempre acontece, as pessoas alfabetizadas têm uma vida melhor, mas raramente conseguem dar uma guinada do ponto de vista produtivo. As taxas de retorno dos investimentos na primeira infância tendem a ser mais altas também porque os programas acontecem cedo e formam a base sobre a qual os demais conhecimentos serão acumulados.
Mas o mais importante talvez não seja nem isso. Diminuir as diferenças entre crianças ricas e pobres na largada da vida dá legitimidade a uma ideia cara a todos os grandes defensores do liberalismo — a ideia da meritocracia, a de que os realmente melhores terão destaque profissional, não apenas os melhores entre as famílias com recursos.
Um artigo publicado na revista científica Lancet no começo de outubro estima que existam 219 milhões de crianças com menos de 5 anos em países de renda média, como o Brasil, e baixa, como a maioria dos africanos, que correm o risco de não se desenvolver plenamente. Nos casos em que isso se confirmar, elas terão, quando adultos, uma renda entre 8% e 19% inferior.
É imenso o desafio de dar a essas crianças a oportunidade que todos merecem. “Apesar dos avanços, ainda temos muito a descobrir sobre como desenvolver as habilidades das crianças, como ajudá-las a ter sucesso na vida”, diz Heckman.
A resposta política
O médico Osmar Terra, deputado federal gaúcho no quinto mandato, é tido em Brasília como um político que dá pouca atenção à aparência. Não usa roupas caras e não anda em carro zero-quilômetro. Sua vaidade, dizem, é intelectual.
Quem o conhece garante que é um político de ideias. Duas ideias mais especificamente: oposição a quem defende a liberalização das drogas e a defesa dos programas voltados para a primeira infância. Poucos meses depois de assumir o Ministério do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome, Terra anunciou o Criança Feliz.
“Ele é, há anos, um estudioso no assunto”, diz Mary Young, que trabalhou mais de duas décadas no Banco Mundial na área de primeira infância e é uma espécie de guru do ministro. Talvez por isso, quando perguntado sobre a chance de futuro de uma criança de um bairro como Paraisópolis, Terra tenha dado uma resposta mais acadêmica do que política: “De acordo com uma grande quantidade de evidências, é possível mudar o início do jogo para as crianças em situação de vulnerabilidade”.
Num almoço em seu gabinete em Brasília, o ministro conta que viu isso acontecer no Rio Grande do Sul. Quando era secretário da Saúde em 2003, lançou o Primeira Infância Melhor, programa de visitação que foi mantido pelos governos seguintes e hoje atende cerca de 60 000 crianças. Não é um serviço pensado para substituir as creches. Como afirma Theresa Betancourt, diretora do Programa de Pesquisa sobre Crianças e Adversidade Global, de Harvard, as visitas domiciliares costumam ser mais eficazes com famílias vulneráveis.
Depois do Primeira Infância Melhor, outros estados e municípios espalhados pelo Brasil seguiram pelo mesmo caminho. “Será a partir da base já existente que iremos expandir o Criança Feliz”, diz Terra. A meta, ambiciosa, é atingir de 100.000 a 140.000 crianças nos três meses que restam do ano. Em 2017, o governo pretende chegar a cerca de 600.000 crianças; em 2018, 1,5 milhão; e, nos anos seguintes, atingir 4 milhões.
As reuniões com os prefeitos eleitos deverão começar depois do segundo turno das eleições municipais. Como o programa depende da adesão das prefeituras, espera-se que Marcela Temer ajude a sensibilizar as primeiras-damas municipais. Para os críticos, porém, a verba anunciada é insuficiente — 300 milhões de reais em 2017, e 800 milhões em 2018.
Terra promete aumentá-la com o apoio da chamada bancada da primeira infância, um grupo de mais de 200 deputados e senadores. “O que estamos vendo é o momento mais importante para a primeira infância no Brasil”, afirma Eduardo Queiroz, presidente da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, referência do terceiro setor na promoção do desenvolvimento infantil.
A resposta da experiência
Para a médica britânica Sally McGregor, uma das maiores especialistas mundiais em visitações domiciliares, as visitas a famílias carentes podem fazer diferença se conseguirem que os adultos se engajem no desenvolvimento da criança. “Mas fazer um programa em larga escala costuma ser complicado”, diz. Sally fala com conhecimento de causa. Ela foi criadora do mais famoso estudo sobre o impacto de visitas domiciliares, feito na Jamaica nos anos 80. Ela também ajudou mais tarde a implementar projetos semelhantes na América Latina e na Ásia.
Suas pesquisas confirmam a necessidade de fazer o Criança Feliz chegar a todos os rincões do Brasil, mas suas ressalvas deveriam ser ouvidas pelo ministro Terra. Aos 79 anos, sentada na cozinha de sua casa a poucos metros do mercado de Camden Town, em Londres, relembra, emocionada, quanto ficou chocada ao ver as péssimas condições de vida das crianças quando chegou à Jamaica na primeira metade dos anos 60.
Recém-formada em medicina e em busca de aventura, embarcou para o Caribe achando que ficaria alguns meses. Em Kingston, conheceu seu futuro marido, iniciou o trabalho como pesquisadora da Universidade das Índias Ocidentais e ficou três décadas.
Desde o início, estava convencida de que era necessário criar um modelo diferente do americano. Não fazia sentido tentar replicar o experimento da pré-escola Perry na Jamaica. Afinal, o governo jamaicano jamais teria dinheiro para criar uma rede de pré-escolas em escala nacional. Por isso, Sally apostou em visitas domiciliares.
Por duas décadas, fez várias pesquisas até chegar à sua metodologia. Em vez dos brinquedos caros de alguns projetos americanos, estabeleceu que o material seria feito internamente e determinou que o objetivo número 1 era ajudar os adultos da casa a ajudar as crianças. “As pessoas achavam que eu estava louca”, diz, antes de soltar uma gargalhada. Foi então que começou a pesquisa com 127 crianças de 9 a 24 meses de uma das zonas mais pobres de Kingston, em 1986.
Por dois anos, um grupo recebeu, semanalmente, visitadoras treinadas para estimular o desenvolvimento infantil. No outro, as visitadoras só coletavam informações sobre doen-ças. Aos 22 anos, quem havia feito parte do primeiro grupo tinha mais anos de estudo, três vezes mais chance de ter estudado numa universidade, menos probabilidade de envolvimento em brigas violentas e uma renda 42% superior.
“Depois dessa experiência, a mesma metodologia foi replicada em Bangladesh e na Colômbia com resultados positivos”, diz Susan Walker, professora na Faculdade de Medicina da Universidade das Índias Ocidentais, que entrou para o time de Sally nos anos 80 e, de lá para cá, tem exercido um papel de liderança.
Atualmente, programas semelhantes estão sendo executados no Peru, na China, na Guatemala e no Zimbábue. A pesquisa da USP realizada na zona oeste de São Paulo é outro exemplo. “Nos últimos tempos, temos sido testemunhas de como é desafiante implementar as visitações em uma escala maior”, afirma Susan.
As experiências acumuladas nesses e em outros estudos deveriam servir de atalho para o governo brasileiro, que pretende atingir milhões de crianças. Parece contraditório, mas o sucesso de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, corre o risco de atrapalhar o planejamento do Criança Feliz.
No Bolsa Família, o governo teve de cadastrar os mais pobres e distribuir o dinheiro. Era mais ou menos óbvio que, na maioria dos casos, as pessoas priorizariam os gastos mais urgentes. Se o governo achar que vai ser igualmente fácil garantir a eficácia do Criança Feliz, é provável que se decepcione.
“Os programas de visitação dependem da qualidade dos visitadores e isso tem relação direta com o treinamento que recebem”, diz Lori Roggman, professora de desenvolvimento humano na Universidade Estadual de Utah e uma das maiores especialistas americanas em visitas domiciliares. A argentina Florencia Lopez Boo, economista sênior do Banco Interamericano de Desenvolvimento, acrescenta outros dois fatores: é preciso fazer com que o currículo do programa seja seguido nas visitas e garantir um bom processo de supervisão.
A resposta do pesquisador
Ricardo Paes de Barros, economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor na escola de negócios Insper, em São Paulo, diz que a visita domiciliar não será suficiente para garantir o sucesso do pequeno Miguel, de Paraisópolis, porque seu futuro também depende de outros fatores, como uma boa escola. Mas, ao mesmo tempo, considera as visitações absolutamente necessárias. “Sem ela, a criança não vai ter chance de decolar mesmo que depois a escola seja razoável”, afirma.
Formado em engenharia eletrônica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica, mestre em matemática pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada e doutor em economia pela Universidade de Chicago, onde foi aluno de Heckman,
Paes de Barros é considerado a maior autoridade em temas sociais do Brasil. Há mais de três décadas dedica-se a estudar soluções para as mazelas sociais brasileiras usando o rigor da ciência. Por isso, tem falado com o ministro Terra sobre a necessidade de fazer pesquisas sobre o impacto do Criança Feliz desde o início. “Sem avaliações, não há como saber se a maneira como o programa foi pensado e se sua execução estão dando resultados.”
O exemplo peruano ilustra o que diz Paes de Barros. Em 2012, o governo do Peru decidiu lançar um programa nacional que incluía a visitação a crianças de zero a 3 anos das famílias mais pobres do meio rural. Como é comum na América Latina, a ambição era gigante, mas a preparação foi minúscula. Sem treinamento, muitos agentes chegaram às casas também sem o material de apoio. Em três anos, a cobertura atingiu 80.000 crianças.
Uma pesquisa ainda inédita realizada pelo BID parece indicar que correções necessárias acabaram sendo feitas ao longo do caminho. De 2013 a 2015, 5 400 crianças foram avaliadas e a conclusão é que as que receberam as visitas tiveram resultados significativamente maiores. Sem a pesquisa, ninguém teria como saber se as barbeiragens tinham sido sanadas.
Num telefonema antes de embarcar numa viagem ao México, Terra disse que está montando um time para fazer pesquisas de impacto. Como diz Paes de Barros, se ele não avaliar o Criança Feliz, será uma incoerência. Terra sempre mostrou preocupação em defender políticas públicas com base em evidências científicas. Todo o discurso dele contra o uso de drogas é baseado nelas.
Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, outra referência em temas sociais no Brasil, argumenta que o ministro Terra deveria ser ainda mais ousado. “O governo poderia adotar três tipos de intervenção, medir os resultados depois de um ano, e ver qual delas dá mais certo”, diz Menezes Filho.
Em certo sentido, seria como seguir o exemplo da pesquisa da USP na zona oeste de São Paulo. Muitos especialistas argumentam que o governo federal deveria usar os agentes comunitários de saúde, que já visitam as famílias, para realizar o trabalho de desenvolvimento. Dados preliminares do estudo da USP, que serão divulgados em Londres na segunda quinzena de outubro, indicam que essa pode não ser uma boa estratégia — pelo menos, não numa cidade como São Paulo.
A pesquisa comparou o impacto nas crianças com dois tipos de visitadores, ambos treinados para incentivar o desenvolvimento infantil. De um lado, os agentes comunitários de saúde. De  outro, pessoas somente com a missão de promover a interação entre os adultos e as crianças. As atendidas pelos agentes comunitários de saúde não apresentaram nenhum ganho. As crianças visitadas pelos agentes com foco em desenvolvimento tiveram um desempenho cognitivo, de motricidade, de linguagem e emocional consistentemente maior.
“Tivemos resultados semelhantes aos registrados no experimento da Jamaica após o fim das visitas”, afirma Alexandra Brentani, professora no departamento de pediatria da Faculdade de Medicina da USP e uma das autoras da pesquisa. Outro dado revelado pelo estudo é o interesse dos pais em dar atenção aos filhos — algo constatado por EXAME nos dez meses que acompanhou as visitas.
À medida que o tempo foi passando, Brenda Vasconcelos, mãe de Lorena, foi achando tempo para sentar com ela no chão e brincar, apesar de ter de, sozinha, dar conta de atender também a outra filha e ainda trabalhar como vendedora num shopping center. Nos primeiros meses de visita à casa de Marciana Lima, mãe de Danyllo, o menino estava sempre vendo TV ou vídeos no celular. No final de 2015, Danyllo já esperava a visitadora com os brinquedos — todos visivelmente usados.
Numa conversa em maio deste ano, Marciana contou que havia uma nova regra: TV só no fim de semana. “Os pais querem ajudar os filhos, mas não sabem como”, diz Sandra Grisi, também professora na USP e coautora da pesquisa. Orientá-los nessa tarefa é um passo importante para melhorar as chances de sucesso dessas crianças, o que, por si só, já seria uma boa justificava para apoiar programas de visitação.
Mas há mais. Entre os possíveis reflexos positivos estão um desempenho escolar melhor e o aumento da produtividade de nossa economia, só para citar dois desafios históricos do Brasil.​
Fonte: Revista Exame com a FMCSV

NÃO DEIXE O BEBÊ BRINCAR COM O CELULAR; EXPOSIÇÃO PRECOCE À TECNOLOGIA VAI CRIAR GERAÇÃO DE ALIENADOS

Fonte: Blog Maternar - online
Quantas vezes você ouviu um pai dizer orgulhoso que o filho, que mal saiu das fraldas, já sabe procurar sozinho por vídeos e jogos no celular? Pois não há motivo nenhum para comemorar a precocidade da criança de saber lidar com recursos tecnológicos.
O psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do grupo de dependência tecnológica do Hospital de Clínicas de São Paulo, diz que a exposição precoce das crianças à tecnologia vai criar uma geração de alienados incapazes de se relacionar com outras pessoas.
“Essas crianças, à medida que vão ficando cada vez mais próximas da tecnologia, vão se abstendo de se relacionar com o ambiente. Essa incapacidade de se relacionar com outros está ceifando importantes habilidades sociais”, afirma Nabuco. “É na infância que a gente começa a aprender o que se chama popularmente de inteligência emocional, que é a capacidade de empatizar, se colocar no lugar do outro. A criança que está ligada à tecnologia não tem isso.”
Exemplo dessa inabilidade social pode ser conferido em festinhas infantis. Enquanto um grupo de crianças se diverte brincado com os colegas, outro está entretido com o celular.
“A criança acaba entendendo que todo tipo de distração vem através da tecnologia. Mais que isso, ela tem controle total, pois esse recurso não frustra a criança. Isso faz com que os jovens se voltem para a tecnologia e deixem de conviver com os outros”, diz Nabuco.
Segundo o psicólogo, esse contato precoce e prolongado com a tecnologia traz impactos negativos para o aprendizado. “Quando um jovem fica muito tempo exposto à tecnologia ele vai perdendo a capacidade de fazer raciocínios de maior profundidade. “
Quando uma criança está assistindo a uma aula e desvia a atenção para ler a mensagem que chegou pelo celular ocorre uma “alternância de operações mentais”, que cria “um processo impeditivo de novas associações profundas.” “Eu deixo de prestar atenção no que você está falando. Estou escutando, mas não estou processando. Essa história de multitarefa é a maior falácia que existe”, diz o psicólogo do HC.
Para ele, os jovens dessa geração digital serão a grande geração perdida.  “Eles não darão conta de transportar informação das gerações anteriores para as futuras, muito embora eles estejam hoje bebendo da fonte da sabedoria. […] A gente tem visto hoje uma imensa dificuldade de os jovens universitários de ler e compreender textos.”
O problema, segundo ele, é que a dependência da tecnologia está começando cada vez mais cedo. Nabuco atendeu o caso de uma criança que só saía da cama, comia e se deitava se estivesse com o celular na mão.
“Aí a mãe me disse que o pior acontecia quando eles saíam para passear no shopping, pois a criança largava das mãos dos pais e corria para o colo das vendedoras para ter acesso aos computadores das lojas. Que idade tinha essa criança: Apenas 2 anos e quatro meses.”
E quando os pais devem introduzir a tecnologia no universo dos filhos. Nabuco afirma: “Nunca antes dos 2 ou 3 anos”.
Isso, segundo ele, porque a criança não está desenvolvida o suficientemente antes dessa idade para receber os estímulos provocados pela interação com o celular, por exemplo.
“Por que móbiles, legos e quebra-cabeças fazem tanto sucesso com a criançada? Porque estão de acordo com seu processo maturacional. Ela está amadurecendo toda essa parte cerebral. Vai começar a corrigir a coordenação motora fina. À medida que coloco um computador ou tablete, é uma enxurrada de coisas que muito pouco dialogam com suas capacidades cerebrais. Aspectos que precisariam ser desenvolvidos pelas brincadeiras mais básicas não o são”, diz Nabuco.
E não basta controlar ou impedir o acesso da criança à tecnologia. Cabe aos pais também servir de exemplo. O adulto que não desgruda do celular em casa também deixa de se relacionar com o filho e sinaliza como é legal gastar o tempo com as redes sociais ou internet.
“Cabe aos pais se informar cada vez que vão dar um tipo de acesso à tecnologia à criança. Procurar entender de onde vem aquilo, quais são os riscos. Mas é um grande paradoxo, pois para fazerem isso eles vão se deparar com a informação de que são modelos ativos para a criança. Eles estão dispostos a abrir mão do uso para servir de base?”, questiona Nabuco.
A segunda coisa que os pais devem fazer é parar de glamurizar o contato precoce da criança com a tecnologia. “Há uma necessidade dos pais de dar tecnologia para os filhos como forma de mostrar como eles são desenvolvidos e espertos. Isso acaba criando um convívio muito precoce e essa exposição se torna rapidamente um vício”, afirma o psicólogo do HC.
Há uma corrente de estudiosos do tema que entendem que o contato das crianças com a tecnologia as torna mais inteligentes que as gerações anteriores. Mas Nabuco diz que os medidores usados para mostrar esse avanço, como quantidade de amigos nas redes sociais e acesso à informação, não se revertem em habilidades sociais e aprendizado.

FORMAÇÃO EM TRABALHO COM GRUPOS: FAMÍLIAS GRÁVIDAS E COM CRIANÇAS ATÉ TRÊS ANOS

O caderno 4 disponibiliza uma visão detalhada da Formação em trabalho com grupos: famílias grávidas e com crianças de até três anos. Pretende-se facilitar aos interessados a escolha das mensagens e estratégias mais adequadas à sua realidade, para serem utilizadas junto a esses públicos específicos. 

O material servirá de apoio aos profissionais que trabalham com a formação ou fortalecimento de grupos nos quais gestantes, nutrizes, mães, pais e familiares de crianças na primeiríssima infância possam trocar experiências, refletir e construir conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil nessa fase inicial, com especial atenção à formação e ao fortalecimento de vínculos.

Outras opções para download


Apresentações em PDF para usar na multiplicação dos conteúdos:

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Fonte: fmcsv.org.br

DEZ PASSOS PARA IMPLEMENTAR UM PROGRAMA PARA A PRIMEIRÍSSIMA INFÂNCIA

Essa publicação que foi estruturada a partir da experiência acumulada no Programa Primeiríssima Infância, testado em 14 cidades do Estado de São Paulo entre 2009 e 2013.Nesta publicação, você terá acesso ao modelo desenvolvido, utilizado e aprimorado pelo Programa Primeiríssima Infância.
 
A metodologia compreende ferramentas e instrumentos de implementação, monitoramento, avaliação e sustentabilidade. O material apresenta os passos fundamentais para a criação e implantação de programas e políticas que priorizam a primeiríssima infância, operando como um guia de orientação para o investimento em prol da criança pequena.​
 
Outras opções para Download:
 

 ​​​​​Continue a leitura. Acesse aqui o caderno 2.​
Fonte: fmcsv.org.br

COLEÇÃO PRIMEIRÍSSIMA INFÂNCIA

Reconhecido como programa mais inovador da América Latina pelo ALAS/BID, o Primeiríssima Infância agora está disponível online para você baixar e desenvolver em sua cidade ações transformadoras de atenção a crianças de 0 a 3 anos.

POR QUE ADOTAR O PRIMEIRÍSSIMA INFÂNCIA?

  • Visão de Futuro 

    VISÃO DE PRESENTE E DE FUTURO

    Os estímulos recebidos dos 0 aos 3 anos são muito importantes para que as crianças tenham uma infância se tornem adultos mais preparados para as oportunidades da vida.
  • Inovação Social 

    INOVAÇÃO SOCIAL

    Reconhecido pelo Prêmio ALAS/BID 2014 como projeto para a Primeira Infância mais inovador da América Latina. Criado a partir de experiências em 14 municípios do Estado de São Paulo.
  • Capacitação Profissional 

    ENFOQUE INTERDISCIPLINAR

    Promove melhoria na qualidade dos serviços públicos oferecidos às gestantes, às famílias e às crianças pequenas por meio de articulação, mobilização e capacitação de profissionais de diversos setores.
  • Fonte: fmcsv.org.br

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

NOVA CRUZ/RN SEMPRE NA LUTA CONTRA O MOSQUITO DA DENGUE!


Aedes Aegypti

São quase 100 anos de experiências no combate ao mosquito, que chegaram a ser vitoriosas no século passado. Contudo a eliminação do mosquito não ocorreu em outros países e o mesmo retornou ao Brasil. Atualmente, os desafios são ainda maiores que no passado e a questão ambiental fundamental para a solução do problema. Para que ocorra o controle do Aedes aegypti é preciso abordar tanto o ambiente das residências (da responsabilidade dos indivíduos), quanto o ambiente mais amplo, em que os governos precisam atuar com maior eficiência.
A história tem mostrado que as ações mais promissoras de controle do Aedes aegypti envolvem o combate aos criadouros dos mosquitos de forma planejada, metódica e persistente. Ainda que níveis de controle do mosquito sejam alcançados, os esforços devem ser mantidos para evitar a reinfestação. Os cidadãos podem colaborar mantendo seus lares livres dos mosquito e demandando que o Estado mantenha o adequado saneamento ambiental.
O texto base desta edição do Fique por Dentro sobre o Aedes aegypti apresenta as principais características desse mosquito que já foi o transmissor da febre amarela em ambientes urbanos no Brasil, mas que agora destaca-se como transmissor de doenças como a dengue, zika e chikungunya. São apresentadas informações sobre o histórico das doenças relacionadas ao Brasil e sobre os meios para combater o mosquito e prevenir as doenças a ele relacionadas.
(Texto elaborado em maio de 2016)
Fonte: Portal Câmara do Deputados

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

NOVA CRUZ/RN GANHA A CERTIFICAÇÃO DO SELO UNICEF - EDIÇÃO 2013/2016

Acabamos de receber a notícia do Selo UNICEF, que a nossa Prefeitura de Nova Cruz GANHOU O SELO UNICEF Edição 2013/2016 e sua CERTIFICAÇÃO será na próxima sexta-feira (02) pela manhã na Escola de Governo.  Parabéns a Todos!

Novembro negro: nota sobre o dia da consciência negra

No mês de novembro comemoramos o dia da consciência negra, data de morte de Zumbi dos Palmares, último líder do maior quilombo do período colonial. Para além de uma homenagem e de uma celebração da cultura afro-brasileira, a data nos convida a refletir sobre a inclusão das pessoas negras na sociedade e sobre o racismo que atinge mais da metade da população brasileira.

O racismo, cuja existência é negada por muitos a partir do mito da “miscigenação”, se revela nos dados acerca da pobreza, do desemprego e da escolaridade. De acordo com o Relatório Final da CPI do Assassinato de Jovens do Senado Federal (2016), a população negra corresponde a 76% dentre os 10% mais pobres da população brasileira, recebe salários 40% menores que os dos brancos e tem em média 1,6 anos de estudo a menos que pessoas brancas. Os números contabilizam o que uma simples observação da realidade já conclui: a precarização das condições de vida do povo negro, histórica em nosso país, contribui para um quadro de desigualdade racial no qual a qualidade de vida, o estudo e os espaços de poder são privilégios de pessoas brancas e não apenas uma questão de mérito.

Outra face do racismo se revela no extermínio da juventude negra, a maior vítima de homicídios no país. Segundo a Anistia Internacional, dos 56 mil homicídios que ocorrem por ano no Brasil, mais da metade são entre os jovens. E dos que morrem, 77% são negros. São crianças, adolescentes e jovens que desconhecem o Estado protetor e garantidor de seus direitos fundamentais previstos no ECA e na Constituição Federal, mas que conhecem bem o sistema de repressão racista que vê no jovem negro um criminoso em potencial.

Portanto, o mês da consciência negra é para denunciar as violações de direitos, o extermínio da juventude negra e o racismo midiático, é para dizer não à redução da idade penal que tem como principal alvo adolescentes negros, é para dizer não à PEC 55 que provocará a precarização dos serviços públicos de saúde e de educação, dos quais a população negra é a maior usuária, é para dizer não ao governo ilegítimo que embranqueceu a equipe de ministros e extinguiu o Ministério da Igualdade Racial. É tempo de dizer que representatividade importa, de reivindicar o direito ao conhecimento da história e cultura afro-brasileira e de exigir respeito a essa gente “que fez e faz história, segurando esse país no braço”.

Kennet Anderson
Assessor de Comunicação do CEDECA Casa Renascer
Fone: 84 3211 1555 | Fax: 84 3611 3207
Rua Ana Néri, 345, Petrópolis, Natal-RN | CEP: 59.020-040