COMISSÃO INTERSETORIAL SELO UNICEF 2013/2016

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segunda-feira, 13 de junho de 2016

Dia de Combate ao Trabalho Infantil alerta para cadeia produtiva



O objetivo é erradicar o trabalho infantil em atividades que envolvem a produção e comercialização de produtos, alertando a sociedade para uma prática irregular e estimulando a denúncia em casos de exploração de menores. 

A temática escolhida para este ano coincide com os debates da 105ª Conferência Internacional da OIT, que ocorre em Genebra, e tem como foco a apresentação de um relatório sobre as cadeias produtivas. 

Cadeia Produtiva é o conjunto de atividades que se articulam progressivamente desde os insumos básicos até o produto final, incluindo distribuição e comercialização, constituindo-se assim, em segmentos (elos) de uma corrente. 

Famílias contratadas por empresas contam com a mão de obra de seus filhos, com menos de 18 anos, para realizar tarefas ou produzir insumos que são incorporadas aos produtos de grandes e médias cadeias produtivas, que pode esconder o trabalho precarizado em algum nível. 

A secretária-executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), Isa Oliveira, explica que a maioria dos casos funciona normalmente assim: o pai da criança é contratado para um serviço, de pedreiro, por exemplo, e leva o filho à obra como ajudante. Ou a família é contratada para prestar serviço a uma empresa de sapatos, e a criança fica com a tarefa de prender as tachinhas da decoração do sapato. A criança não é contratada diretamente, mas ela entra na cadeia produtiva, afirma Isa. 

Ganhar notoriedade

De acordo com a diretora de Diretos Humanos e Cidadania da Associação dos Magistrados da Justiça do trabalho (Anamatra), Noemia Porto, a mobilização em torno do combate ao trabalho infantil nas cadeias produtivas precisa ganhar notoriedade, para chegar a toda a sociedade. 

“A Constituição estabelece, com absoluta prioridade, a proteção à criança, ao adolescente e ao jovem. Por isso, é necessário alertar para situações desse tipo de exploração do trabalho infantil. O poder público tem o dever de empreender fiscalização eficiente. As empresas, independentemente da posição que ocupem na cadeia produtiva, devem monitorar todas as atividades, agindo corretamente em situações desse tipo, impedindo o trabalho dos menores”, alerta Noemia Porto.

Ela diz ainda que também a sociedade precisa estar atenta ao seu próprio futuro, ao futuro das próximas gerações, deve encontrar mecanismos para rechaçar essa prática. “Uma das possibilidades é a do bloqueio do consumo de produtos que sejam resultado da exploração das nossas crianças. Também é fundamental denunciar os casos de abuso", afirmou.

Números alarmantes

Segundo a Organização Mundial do Trabalho (OIT), 168 milhões de crianças realizam trabalho infantil no mundo, das quais 20 milhões possuem entre cinco e 14 anos e cerca de cinco milhões vivem em condições comparáveis às de escravidão. 

No Brasil, os números também são alarmantes. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2014, 3,3 milhões de crianças e adolescentes, de 5 a 17 anos, estão em situação de trabalho infantil no país. Desse universo, 2,8 milhões estão trabalhando na informalidade nas cidades e no campo, situações, muitas vezes, invisíveis para empresários, para a fiscalização e para os consumidores. 

Ainda de acordo com o PNAD, o setor de confecção e comércio de tecidos, artigos do vestuário e acessórios possui 114.816 crianças e adolescentes de dez a 17 anos trabalhando. No setor de criação de aves existem 18.752 crianças de cinco a nove anos e o setor da construção civil tem 187.399 crianças e adolescentes de dez a 17 anos trabalhando.

Origem da data

Desde 2002, a OIT comemora o 12 de junho como Dia Mundial contra o Trabalho Infantil que foi instituído por ocasião da apresentação do primeiro relatório global sobre o tema na Conferência Anual do Trabalho. 

No Brasil, o 12 de junho foi criado como Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil por lei aprovada em 2007. As mobilizações e campanhas anuais são coordenadas pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), do qual faz parte várias entidades e órgãos públicos.   


Fonte: Anamatr
C/ Portal Vermelho

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