COMISSÃO INTERSETORIAL SELO UNICEF 2013/2016

COMISSÃO INTERSETORIAL SELO UNICEF 2013/2016

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Prevenção e combate ao Aedes aegypti

O Brasil está em estado de alerta após um aumento expressivo dos casos de microcefalia em recém-nascidos, registrados principalmente na Região Nordeste do País.

O Ministério da Saúde confirma a relação entre os casos de microcefalia e o vírus zika, embora ainda não se saiba exatamente como isso acontece. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda são necessárias mais investigações para entender essa relação de causa e efeito, assim como a investigação de outras potenciais causas.  Entretanto, para evitar novas infecções, é necessário que se tomem medidas urgentes para prevenção de novas infecções pelo vírus zika, que é transmitido pelo mesmo mosquito que transmite os vírus da dengue e chikungunya, o Aedes aegypti. A forma mais eficaz de prevenção é o combate ao mosquito Aedes aegypti. Por isso, é importante que todos conheçam os riscos e saibam o que é preciso fazer para não deixar o mosquito nascer.

O UNICEF está atuando em parceria com o Ministério da Saúde na mobilização da população para a erradicação do Aedes aegypti. Assim, as informações eficazes e precisas para o combate do mosquito e sobre como se prevenir podem chegar mais rápido a todas as regiões do País.

Por meio das iniciativas Selo UNICEF Município Aprovado e Plataforma dos Centros Urbanos, o UNICEF espera alcançar muitos dos mais de 1.700 municípios brasileiros em que atua diretamente na Amazônia e no Semiárido e nas áreas mais vulneráveis de oito capitais brasileiras.

   
========================================================
Combate ao mosquito
A forma mais eficaz de prevenção é o combate ao mosquito Aedes aegypti.

[Clique na imagem para ampliá-la]
Seguem algumas ações que a população deve tomar, pelo menos uma vez por semana:
  • Verificar se a caixa d’água está bem tampada.
  • Deixar as lixeiras bem tampadas.
  • Colocar areia nos pratos de plantas.
  • Recolher e acondicionar o lixo do quintal.
  • Limpar as calhas.
  • Cobrir piscinas.
  • Tapar os ralos e baixar as tampas dos vasos sanitários.
  • Limpar a bandeja externa da geladeira.
  • Limpar e guardar as vasilhas dos bichos de estimação.Limpar a bandeja coletora de água do ar-condicionado.
  • Cobrir bem a cisterna.
  • Cobrir bem todos os reservatórios de água.
A limpeza não se restringe só às residências. É importante ficar atento a possíveis focos de água parada na escola, no trabalho e em outros locais frequentados diariamente.
========================================================
Prevenção das doenças e cuidados com a família
Para reforçar a prevenção, algumas medidas podem ser tomadas no cuidado pessoal e com a família:
  • Utilize repelente.
  • Cubra a maior parte do corpo com roupas claras quando possível.
  • Coloque telas em janelas e portas.
  • O mosquito possui hábitos diurnos, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. Por isso, é importante reforçar a atenção nesse período. Mas atenção: o mosquito é oportunista e pode picar à noite também.
Cuidados com crianças de até 2 anos:
  • Proteja o ambiente com telas em janelas e portas, e procure manter o bebê com uso contínuo de roupas que cubram a maior parte do corpo, como calças e blusas de mangas compridas.
  • Mantenha o bebê em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.
  • A amamentação é indicada até o 2º ano de vida ou mais, devendo ser exclusiva nos primeiros 6 meses.
  • Caso observe manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou febre, procure um serviço de saúde.
  • Mantenha a vacinação em dia, de acordo com o calendário vacinal da Caderneta da Criança.
Outras possíveis formas de transmissão
É reconhecida a relação direta do mosquito Aedes aegypti na transmissão do zika. Porém, existem poucas provas a respeito de outras vias de transmissão.
Sangue: tecnicamente, o vírus zika também pode ser transmitido por meio do sangue. Por isso, devem ser mantidas todas as precauções já estabelecidas para doação e transfusão de sangue.
Mãe-filho: também não há muitas provas de transmissão do zika de mãe para filho durante a gravidez e durante o nascimento. Pesquisas estão sendo feitas a respeito desse tipo de transmissão para compreender melhor o modo que o vírus afeta os bebês.
Transmissão sexual: alguns estudos já indicam a possível presença do vírus zika no sêmen humano, mas ainda é necessário obter mais evidências para confirmar se o contato sexual é um meio de transmissão do zika. Enquanto as dúvidas permanecem, a prevenção continua sendo a melhor medida para se proteger do zika e também de outras doenças.
========================================================
Gestantes
Enquanto faltam respostas precisas sobre o efeito do vírus zika na saúde das gestantes e de seus bebês, a precaução é fundamental.
Repelentes
Grávidas podem e devem utilizar repelentes, desde que aprovados para utilização durante a gravidez. É sempre importante ter a recomendação médica para a escolha do repelente mais seguro.
Viagens
É recomendável que gestantes evitem viagens a zonas com maior concentração do mosquito Aedes aegypti. Se a viagem for imprescindível, elas devem conversar com seus médicos e seguir rigorosamente as recomendações de prevenção e cuidados com a família durante a viagem.
Engravidar
A decisão de engravidar – e a definição do momento certo – é pessoal. É fundamental que grávidas não sejam estigmatizadas e tenham acesso seguro à informação e ao apoio de que elas necessitam. O zika não deve ser pretexto para ameaçar os direitos das mulheres. No entanto, as gestantes que suspeitarem ter sido expostas ao vírus devem consultar um médico e assegurar a realização de um pré-natal de qualidade.
Amamentação
Até o momento, não há notícia de crianças infectadas pelo vírus zika por meio da amamentação. Estudos mostram que o vírus tem efeito no primeiro trimestre de gestação, e não no nascimento. É recomendável que todas as mães amamentem seus bebês exclusivamente até os 6 meses de vida, e continuem com o aleitamento materno complementar preferencialmente até 2 anos de idade.
========================================================
Crianças com microcefalia
Para as crianças que nascem com microcefalia e outros distúrbios neurológicos, a estimulação precoce é fundamental para redução do comprometimento no desenvolvimento neuropsicomotor decorrente da malformação. O período mais importante para essa estimulação vai do nascimento até os 3 anos de idade. Quanto mais cedo o bebê iniciar a estimulação, melhor. A Rede de Atenção à Saúde, em todos os Estados, está orientada a receber e notificar os casos, como também encaminhar os pacientes aos serviços especializados mais próximos. O programa de estimulação precoce inclui estímulos auditivos, visuais, motores, cognitivos e de linguagem, e é importante que as famílias participem do tratamento de cada criança.
São orientações às famílias que têm bebês com diagnóstico confirmado de microcefalia e outras deficiências:
  • Levar o bebê a uma Unidade Básica de Saúde para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento conforme o calendário de consulta de puericultura.
  • Procurar os serviços de estimulação precoce de sua cidade ou sua região.
  • Não dar ao bebê qualquer medicamento por conta própria.
  • Caso o bebê apresente alterações ou complicações (neurológicas, motoras ou respiratórias, entre outras), o acompanhamento por diferentes especialistas pode ser necessário, a depender de cada caso, conforme recomendação médica.
Bebês com microcefalia ou qualquer outro tipo de deficiência têm os mesmos direitos que qualquer bebê, como o direito a receber atenção médica, nutrição adequada, vacinas, estimulação precoce e, futuramente, educação inclusiva. Esses direitos estão garantidos no Estatuto da Criança e do Adolescente, na Constituição Federal e na Convenção sobre os Direitos da Criança. Informações adicionais podem ser encontradas na Lei Brasileira de Inclusão, baseada na Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
O UNICEF concentra seus esforços em prevenir a aparição de novos casos por meio da mobilização da população para acabar com os focos do mosquito Aedes aegypti e apoiar as famílias com crianças com microcefalia no intuito de dar apoio ao desenvolvimento das crianças e à garantia dos direitos.

Histórias de vida
"Mãe, seu filho tem microcefalia"
Já se passaram quatro meses e Ana Paula ainda não conseguiu aceitar o diagnóstico de microcefalia em Danilo. É seu quarto filho. "Não tenho tempo de fazer mais nada. Não me alimento na hora certa, não durmo na hora certa. Está pesado." 

Fonte: UNICEF

Nenhum comentário:

Postar um comentário