O assunto é polêmico. Muitos ainda defendem que educar bem significa bater na criança. Nós discordamos e ainda ressaltamos que não só essa atitude prejudica o bom desenvolvimento na infância como humilhações sofridas verbalmente. Este é o tema do post de hoje.
Uma matéria no Fantástico, programa veiculado aos domingos na TV Globo, mostrou os resultados de uma pesquisa realizada pela PUC-RS. O objetivo do estudo era analisar se crianças vítimas de agressões verbais e negligência emocional dos adultos sofreriam consequências futuras em suas personalidades.
Os especialistas criaram uma página na internet para que as pessoas se cadastrassem e, anonimamente, respondessem a algumas questões relacionadas às suas vidas. Em troca, elas receberam um perfil de personalidade.
Com os dados em mãos, os pesquisadores puderam fazer comparativos entre relatos de maus tratos físicos e emocionais na infância com as características do temperamento de cada um.
Algumas informações da pesquisa merecem nossa especial atenção:
1. A pessoa que se lembra de ofensas vivenciadas na infância tem sua autoestima e otimismo reduzidos até 30%.
2. Essa mesma pessoa pode ter aumentada, em 20%, a impulsividade.
3. 60% dos brasileiros já sofreram abuso emocional na infância.
4. Muitos adultos, que sofreram esse abuso, acabam repetindo-o na relação com seus filhos.
Mas por que será que essas coisas marcam tanto? Segundo o psiquiatra Diogo Lara, que coordenou a pesquisa, o abuso emocional é um trauma para a vida inteira, porque “a dor no coração não passa”, resume o especialista.
Frases como: “Você é burro”, “Seu idiota”, “Não te aguento mais!”, “Não queria que você tivesse nascido” são “pauladas” na autoestima e autoconfiança da criança pequena que vê, naquele pai e naquela mãe, a sua referência e o seu porto seguro.
Confira a matéria do Fantástico, faça as suas reflexões como profissional da Primeira Infância e pense em alguma ação no seu trabalho, com seus colegas, para tratar do tema com os pais. É essencial mostrar-lhes a importância do vínculo, do respeito, do carinho, da conversa, da imposição dos limites, sem violência, para que seus filhos possam crescer emocionalmente sadios, tornando-se adultos mais preparados para a vida.
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